Por potencializar traços que me fogem
Descobria a estranha sensação arte
Poder manchar de grafite uma
Superfície lisa e infinita
Vontade de rasgar o branco
De tanto ímpeto ao tocá-lo
Quebrar o molde que me cabe
Ousar de vida aquilo ausente
Sinto-me cheinho em iminência
De partir-me tamanha euforia
Voltar a caminhar pelas plagas
Da minha serena / terrível vida.
Fortaleza, 27 de maio de 2009.
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Finalizar a leitura de um livro e sentir-se como que insuportavelmente cheio, transbordante. Sim, essa foi a minha sensação ao ler a última linha de 'O lobo da estepe', Herman Hesse. Os riscos cá em cima, são rebentos da sensação ora sentida.