sábado, 30 de maio de 2009

Riscos



Por potencializar traços que me fogem
Descobria a estranha sensação arte

Poder manchar de grafite uma
Superfície lisa e infinita

Vontade de rasgar o branco
De tanto ímpeto ao tocá-lo

Quebrar o molde que me cabe
Ousar de vida aquilo ausente

Sinto-me cheinho em iminência
De partir-me tamanha euforia

Voltar a caminhar pelas plagas
Da minha serena / terrível vida.


Fortaleza, 27 de maio de 2009.

***

Finalizar a leitura de um livro e sentir-se como que insuportavelmente cheio, transbordante. Sim, essa foi a minha sensação ao ler a última linha de 'O lobo da estepe', Herman Hesse. Os riscos cá em cima, são rebentos da sensação ora sentida.

domingo, 24 de maio de 2009

TV Insinuante


Ali uma janela de luzes infinitas que não cessam. Traziam aos olhos vidas em possibilidade.

Minha janela tem uma conexão direta com aquela anunciante, faz meu corpo excitar em badalos cardíacos intermitentes e suores escorrerem com a pupila dilatada em confronto com as pálpebras.

(....) uma mosca ensebada entre os pêlos delicia-se com os sais impregnados na pele suada.

- Felícia, tá afim de bater um papo? Tem uma cadeira aqui na calçada.

"Insinuante liquida geral com a senha 99."

(...) a mosca voa.