segunda-feira, 29 de março de 2010

Tu tens


Tens, tu, a arte
De encantar
Pela vontade

Tens, tu, o olhar
Adiante do
Possível

Tens, tu, as cores
A escorrer
Pelo corpo

Tens, tu, a fala
De quem narra
Literaturas

Tens, tu, a singularidade
Do improviso

Tens, tu, alguém
Que te ama
A criar.

***

Clima meio chuvoso. O microfone era monopólio do som instituído, mas transgressor. Um burburinho ininteligível dos finais. Dizer, dizer-te, na chuva, no burburinho o que tens aos quatro ventos. Noite iminência na vibração das cordas vocais arte: cinco de dezembro de dois mil e nove.

domingo, 14 de março de 2010

Tato


quase sinto tua pele macia a me afagar o tato.

escrevo com os dedos sob a pele de quem desejo agora, nesse exato instante.

o olho, derrama a íris liquefeita a umedecer os pelinhos finos de outrora.

o cheiro a inundar meu peito de cores borboletantes fazendo 'cosquinhas'.

é o sorriso arte de tocar.

aqui, afagando meu tato, teu corpo pele em latejada saudade.


***
A obra em questão sou eu e Jackson Pollock entranhados na outra, além mar, que inspira este leve soar.