segunda-feira, 1 de junho de 2009

ORUM / MURO


dia 2 de junho, terça, 18:30

Literatura de Lua trás
Cândido Rolim + Bruno Sampaio + Diego Medeiros

pra falar duma coisa chamada ORUM/MURO

(repare bem na viagem)
(e lá no fim do texto)
(ah, tem um vídeo no meio pra gente assistir lá na Lua)

Cândido Rolim nasceu na cidade de Várzea Alegre, interior do estado do Ceará, nordeste do Brasil, em 1965. É advogado, reside em Fortaleza e publicou Rios de mim (1982), Arauto (1988), Exemplos alados (1997), Pedra habitada (2002), Fragma (2007) e Camisa qual (2008). Tem artigos e ensaios publicados em alguns sítios e revistas de literatura e crítica na web. Edita, com Ronald Augusto, o blog http://www.signagem.blogspot.com/
Contato: candidorolim@hotmail.com


ORUM/MURO

Quem passa em passagem por um ônibus e visualiza o que, acidentalmente, urra nas fissuras da cidade? O que significa ler, em trânsito essa esbanjadora (e raramente comedida) “literamuro” e suas manchas periféricas postadas pelos bandos urbanos?

A partir de uma simples pixatura, obra dessa uma revoada graf(v)itante, fez-se uma leitura e depois outra, e mais outras. A próxima? Qualquer uma. Por exemplo, aquela feita por Adriano, o catador dos cacos da “sensatez condominial da aldeota”, alheio aos esgalhos sígnicos extraídos do muro que, alheio ao discurso “poético” atravessa os poemas com sua fala-caco.

Compõem essa experiência-vídeo, além das ranhuras sígnicas do muro, o marulho dos ônibus em rota, todas as fuligens no ar, na respiração por onde os poemas aqui e ali exsurgem aos tropeços, solavancos da fala alada, despregada das páginas, dos tipos imóveis. Enfim, se no audiovisual existe um docudrama, podemos dizer que existe aqui um docupoema. Orum muro, uma forma palindrômica de sobressaltar-se, afetar-se.

Nota:
Orum, na linguagem ioruba, significa mais ou menos o fim, lugar sem volta, poço sem fundo... enfim.