sábado, 21 de abril de 2007

Fortaleza sensível

Ir à rua, ir ao centro, são alguns dos termos utilizados pelas pessoas que se dirigiam à região primeira da cidade de Fortaleza, espaço oriundo das cercanias do Forte Nossa Senhora de Assunção. Foi com esses termos que tive o primeiro contato com aquele espaço: o Centro Histórico de Fortaleza. O Centro, popularmente conhecido pelos seus praticantes, é um espaço-símbolo vivo da cidade. Guarda, em todos os níveis, ora superficiais ora subterrâneos, gradientes de potência ao mesmo tempo criativa e reprodutora. O Centro é um misto de práticas nem sempre desveladas por quem o observa.

Reservo-me a humilde tarefa de problematizar o espaço Centro. Os cenários estão em movimento, mescla-se ao sabor dos afectos dispensados e inventados por seus praticantes. O Centro é um espaço que se pratica. Diuturnamente os transeuntes, os praticantes, o inventam num movimento ininterrupto. É, em outras palavras, um espaço que se desterritorializa, um espaço nômade. Vivo, o Centro dialoga com as forças que o faz. É mister, enquanto método dialógico da pesquisa, aguçar os sentidos, a percepção, sensibilizar o corpo vibrátil. As ferramentas para a pesquisa, a captura, o roubo, estão postas. Mergulhar no rizoma e seu movimento turbilhonar. Convém tatear o espaço, a fim de sentir a textura, seja ela lisa ou estriada.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

No meio...



Então, começamos pelo meio. Estamos sempre no meio.

A proposta de gênese é a idéia que se apresenta pelos sentidos, traduzidas em seus fluxos de afetos. Somos o corpo vibrátil que traduz e pretende criar.

O blog terá a função exclusiva de jogar ao vento os cenários inventados. O espaço dialogará com a "quentura" das calçadas de Fortaleza. Ouvirá atento às linguagens emanadas dos mais recônditos rincões. As linguagens terão estatuto de multiplicidades. Os corpos, emaranhados, constituirão rizomas que, por sua vez, estarão entranhados em tantos outros territórios. Vamos, sobretudo, cartografar. Haverá, aqui, uma geografia dos afetos. Tudo é passível de compor essa cartografia.

A empreitada inusitada, talvez, trará ao final o esboço de uma monografia que se esboça. As mãos que a fará não são objetivas. Qualquer há de contribuir. A forma da contribuição não cabe definir; uma palavra, um gesto, um sorriso, um grito, uma música, um filme, bilhetes, sotaques... Somos tantos.

Mergulho no meio e do meio haveremos de criar, só assim se resiste.