quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
segunda-feira, 1 de junho de 2009
ORUM / MURO
dia 2 de junho, terça, 18:30
Literatura de Lua trás
Cândido Rolim + Bruno Sampaio + Diego Medeiros
pra falar duma coisa chamada ORUM/MURO
(repare bem na viagem)
(e lá no fim do texto)
(ah, tem um vídeo no meio pra gente assistir lá na Lua)
Cândido Rolim nasceu na cidade de Várzea Alegre, interior do estado do Ceará, nordeste do Brasil, em 1965. É advogado, reside em Fortaleza e publicou Rios de mim (1982), Arauto (1988), Exemplos alados (1997), Pedra habitada (2002), Fragma (2007) e Camisa qual (2008). Tem artigos e ensaios publicados em alguns sítios e revistas de literatura e crítica na web. Edita, com Ronald Augusto, o blog http://www.signagem.blogspot.com/
Contato: candidorolim@hotmail.com
ORUM/MURO
Quem passa em passagem por um ônibus e visualiza o que, acidentalmente, urra nas fissuras da cidade? O que significa ler, em trânsito essa esbanjadora (e raramente comedida) “literamuro” e suas manchas periféricas postadas pelos bandos urbanos?
A partir de uma simples pixatura, obra dessa uma revoada graf(v)itante, fez-se uma leitura e depois outra, e mais outras. A próxima? Qualquer uma. Por exemplo, aquela feita por Adriano, o catador dos cacos da “sensatez condominial da aldeota”, alheio aos esgalhos sígnicos extraídos do muro que, alheio ao discurso “poético” atravessa os poemas com sua fala-caco.
Compõem essa experiência-vídeo, além das ranhuras sígnicas do muro, o marulho dos ônibus em rota, todas as fuligens no ar, na respiração por onde os poemas aqui e ali exsurgem aos tropeços, solavancos da fala alada, despregada das páginas, dos tipos imóveis. Enfim, se no audiovisual existe um docudrama, podemos dizer que existe aqui um docupoema. Orum muro, uma forma palindrômica de sobressaltar-se, afetar-se.
Nota:
Orum, na linguagem ioruba, significa mais ou menos o fim, lugar sem volta, poço sem fundo... enfim.
sábado, 30 de maio de 2009
Riscos
Por potencializar traços que me fogem
Descobria a estranha sensação arte
Poder manchar de grafite uma
Superfície lisa e infinita
Vontade de rasgar o branco
De tanto ímpeto ao tocá-lo
Quebrar o molde que me cabe
Ousar de vida aquilo ausente
Sinto-me cheinho em iminência
De partir-me tamanha euforia
Voltar a caminhar pelas plagas
Da minha serena / terrível vida.
Fortaleza, 27 de maio de 2009.
***
Finalizar a leitura de um livro e sentir-se como que insuportavelmente cheio, transbordante. Sim, essa foi a minha sensação ao ler a última linha de 'O lobo da estepe', Herman Hesse. Os riscos cá em cima, são rebentos da sensação ora sentida.
domingo, 24 de maio de 2009
TV Insinuante
Ali uma janela de luzes infinitas que não cessam. Traziam aos olhos vidas em possibilidade.
Minha janela tem uma conexão direta com aquela anunciante, faz meu corpo excitar em badalos cardíacos intermitentes e suores escorrerem com a pupila dilatada em confronto com as pálpebras.
(....) uma mosca ensebada entre os pêlos delicia-se com os sais impregnados na pele suada.
- Felícia, tá afim de bater um papo? Tem uma cadeira aqui na calçada.
"Insinuante liquida geral com a senha 99."
(...) a mosca voa.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Autorizado
Apressaram-se em chamar um especialista para dissertar sobre estilhaços de vidros e rastilhos de pólvora que, na carne úmida espirra líquidos viscosos e escuros e, na mão trêmula ativa, suores frios de pupila dilatada. Impávido e asséptico, portando lentes sofisticadas de hermenêutica, ele, um especialista em racionalizar faces férteis do sal molhado - lubrificante de olhos – emite parecer racional sobre a saliva que nunca engoliu.
***
Aos autorizados especialistas sobre vários temas televisivos, dignos de nota.
quinta-feira, 12 de março de 2009
segunda-feira, 9 de março de 2009
Abraço
Místico encanto lunar.
Nos braços asas do outro
Envolto no peito palpitante
O cheiro exalado do pescoço
No inflar respirar aconchegante
Torna-te alado, ó anjo lunar
No colo do teu abraçar.
***
Do encontro dos meus olhos com a lua de hoje e de um abraço carinhoso de uma mãe com sua filha em plena praça sairam as letras tortas escritas na rua, impossíveis de segurar.
Nos braços asas do outro
Envolto no peito palpitante
O cheiro exalado do pescoço
No inflar respirar aconchegante
Torna-te alado, ó anjo lunar
No colo do teu abraçar.
***
Do encontro dos meus olhos com a lua de hoje e de um abraço carinhoso de uma mãe com sua filha em plena praça sairam as letras tortas escritas na rua, impossíveis de segurar.
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