sábado, 21 de agosto de 2010

Muro cinza


Um muro de verdades inabaláveis:

Eis a escola e seu mundo prático.

Os olhares de uma indiferença solícita

Conduzindo-nos para o interior de um vácuo.

O que lateja amarrado detido

Com o intuito de avançar parado

Em nome de uma ordem; hiato

A ser preenchida dócil amestrado...

E sabes, claro que sabes o que escapa,

Sempre escapa o que transgride o dito

Para do cinza as cores desvelarem

Em tonalidades que não cabe dentro

Do muro e suas verdades inabaláveis.


***


Um muro cinza, uma escola e suas verdades, são o que me afeta.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sob o mar.



Olhar em busca de algo que caiba na íris dilatada instante indefinido.

É desejo situar-se no porto seguro de águas mansas e superfície obscura, sem relatos dos náufragos que afundaram algum momento e trouxe consigo um punhado de sólido do líquido que o engolia no escuro:

mão rubra arranhada pelo atrito com o escuro.

Resta tatear o mar de lágrimas em busca daquele refresco entre os dedos de quem nada, nada, nada... no nada.

***

Delacroix, não sei o nome, não sei o tempo, o é pois ouvi ecos do nome em francês por esses dias. A força de Iemanjá que por esses dias também me tomou no balanço da catraia, sob o mar do mucuripe, as oferendas de uma vida mística e também imanente. Encontrei o papel desse texto, na gaveta-buraco também por esses dias. Escrito a mão em um papel datado de 2008, apertado pelo pequeníssimo espaço que tentava cabê-lo.